São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Avião da ONU escapa por pouco de ataque do governo de Ruanda

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas governamentais de Ruanda atacaram ontem um avião da ONU durante bombardeio ao aeroporto da capital, Kigali. A bordo estava um alto funcionário italiano, Franco Roccheta.
Para o subsecretário de Relações Exteriores, "o episódio desta manhã mostra que a situação é mais séria do que se pensa".
Ele faria uma visita de cinco horas a Kigali. O objetivo era determinar se a Itália deveria reforçar os efetivos da ONU em Ruanda.
Este país do centro-leste da África vive há dois meses um sangrento conflito étnico. A guerrilha da minoria tutsi invadiu Ruanda desde a vizinha Uganda para derrubar o governo da maioria hutu.
Já morreram cerca de 500 mil pessoas na guerra. Há 2 milhões de refugiados. O ataque põe em risco a ação humanitária da ONU, decidida há três semanas.
O avião canadense teve de decolar às pressas, logo depois de aterrissar. Um morteiro de 81 mm explodiu a 400 m da aeronave. Um militar canadense quase caiu do compartimento de carga.
Logo após a decolagem, outro morteiro atingiu a pista. Lançou estilhaços em funcionários da ONU que aguardavam a descarga do avião. Não houve feridos.
O secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, acusou a comunidade internacional de "indiferença" frente ao conflito em Ruanda. A declaração foi dada à revista alemã "Der Spiegel".
Um grupo de 31 crianças e adolescentes ruandeses chegou ontem a Paris. Foram evacuados pela ONU para tratamento de ferimentos em grande parte provocados por golpes de facão.

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