São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 |
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Veteranos do Dia D repetem a operação
ANDRÉ LAHÓZ
O ataque havia começado horas antes do primeiro navio chegar à França (6h30). Ainda durante a noite, aviões e planadores levariam à Normandia mais de 20 mil pára-quedistas aliados, que realizaram inúmeras missões de combate e sabotagem antes do desembarque. Às 4h30, a cidade de Sainte-Mère-Eglise já estava sob controle aliado. Ontem, 39 desses pára-quedistas estiveram novamente na região e realizaram um salto, a exemplo do que haviam feito há 50 anos. O mais novo deles tem hoje 68 anos, e o mais velho, conhecido como "capitão Bazuca", está com 83. "Bazuca" era um conhecido sabotador na Segunda Guerra. Os alemães haviam colocado sua cabeça a prêmio na época. "Hoje é diferente, estamos todos entre amigos, e um pouco mais velhos também", disse ontem à Folha. "O salto foi ótimo, apenas sujou um pouco", disse Tom Zouzas, 73. Dois dos veteranos tiveram problemas no salto. Um deles teve um corte na cabeça. Mas o mais grave ocorreu com Earl Draper, 70, que teve que acionar seu pára-quedas reserva, pois o primeiro não abriu. Machucou a coluna e seu quadro era estável até a noite de ontem. Após o salto, os veteranos foram a Sainte-Mère-Eglise, onde estava o premiê francês, Edouard Balladur. Na torre da igreja havia um boneco preso por seu pára-quedas. Representava John Steele, o soldado que ficou quatro horas imóvel, pendurado por seu pára-quedas, a poucos metros das forças alemãs. Só saiu de lá quando a cidade já estava controlada pelos aliados. Balladur agradeceu "pela coragem e bravura de vocês e de todos os outros que infelizmente não estão aqui. Vocês livraram a França do inimigo fascista e devolveram a Europa a ela mesma". As festividades se intensificam hoje. Há várias cerimônias pela região, envolvendo chefes de Estado de 19 países. Entre eles estão o presidente Bill Clinton, dos EUA, o presidente francês, François Mitterrand, a rainha britânica, Elizabeth 2ª, e o premiê do Reino Unido, John Major. Os líderes aliados chegaram à França a bordo do iate real Britannia, da rainha Elizabeth. Também viajaram junto os chefes de Estado ou de governo de Canadá, Noruega, Holanda, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Austrália e Nova Zelândia. O presidente dos EUA e a primeira-dama Hillary fizeram o final da viagem a bordo do porta-aviões norte-americano USS George Washington. Texto Anterior: Avião da ONU escapa por pouco de ataque do governo de Ruanda Próximo Texto: Clinton tem más relações com os militares Índice |
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