São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Clinton tem más relações com os militares

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O desconforto do comandante-em-chefe das Forças Armadas dos EUA, Bill Clinton, com seus subalternos militares é evidente.
Ele não sabe responder corretamente a uma continência, desconhece os princípios elementares da lógica militar e tem reduzido interesse por estratégia bélica.
Comandantes, recrutas e em especial reservistas o desprezam por ter-se negado a servir durante a Guerra do Vietnã. Sua presença na celebração dos 50 anos do Dia D é incômoda para os envolvidos.
Clinton não é o primeiro presidente dos EUA a nunca ter servido as Forças Armadas. Nenhum dos presidentes entre 1909 e 1946 fez serviço militar, por não ser obrigatório em tempos de paz e aquela geração de americanos ter sido poupada de grandes guerras.
Só um não serviu em guerra: Grover Cleveland (que teve dois mandatos, 1885-89 e 1893-97). Na Guerra Civil, ele foi convocado, mas comprou um substituto, o que a lei permitia. Pagou US$ 150 para o imigrante polonês George Brinske servir o Exército.
Clinton também não fez nada ilegal, até onde se sabe. Mas, como é usual em sua biografia, trafegou nas fronteiras da ética.
Obteve vários adiamentos na prestação do serviço, alegando necessidades acadêmicas, e foi dispensado por sorteio –provavelmente por obter informação privilegiada. Também fez protestos de rua contra o envolvimento militar dos EUA no Vietnã.
Todos os presidentes desde Eisenhower (1953-61) lutaram na Segunda Guerra (menos Jimmy Carter, que se alistou em 1946 e serviu sete anos na Marinha).
Ao assumir, Clinton ampliou suas áreas de atrito ao tentar acabar com a discriminação a homossexuais nas Forças Armadas.
Um major-general da Força Aérea, Harold Campbell, chegou a dizer que Clinton "adora gays, é mulherengo, maconheiro e trapaceou para não ser convocado para o serviço militar".

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