São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994 |
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FHC vai priorizar defesa do Plano Real
TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS
O senador Guilherme Palmeira (PFL-AL), vice da chapa, defendeu a adoção de slogans do tipo "FHC, um presidente real". O efeito desse atrelamento vai ser sentido na campanha publicitária e no discurso. A partir de agora, o candidato passa a afirmar que o plano precisa de pelo menos três anos para ser implementado inteiramente e garantir a estabilidade da economia. "O plano terá que ser administrado por quem conhece", disse ontem o presidente do PSDB, Pimenta da Veiga, antecipando o argumento de FHC. O comando de campanha determinou também que as críticas à campanha passem a ser feitas internamente. As decisões foram tomadas em uma reunião marcada por críticas às últimas declarações do presidenciável e dos seus aliados mais próximos, como o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Mário Covas, e o ex-governador pefelista da Bahia Antônio Carlos Magalhães. "A tarefa mais urgente é unificarmos nosso discurso", disse à saída da reunião o líder do PSDB na Câmara, Arthur da Távola (RJ). "Alguns companheiros não estão sabendo administrar suas angústias", afirmou Pimenta. Segundo ele, o objetivo da campanha não "é explodir" de uma hora para outra, e sim crescer "lentamente e com segurança". Participante da reunião, o filho de ACM, Luís Eduardo Magalhães, líder do PFL na Câmara, foi encarregado de tratar o assunto com seu pai. Quanto a Covas, o próprio FHC ficou encarregado de conversar com ele. "Ele foi tão preconceituoso que confudiu o cavalo com jegue, só porque era do Nordeste", reclamou na reunião o senador Palmeira. Foi o líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PE), quem reclamou das declarações de FHC de que é "mulatinho" e tem "um pé na cozinha". Obrigado a se explicar, FHC argumentou que já havia feito declarações semelhantes em campanhas anteriores. A necessidade de um "maior atrelamento da campanha ao Plano Real" foi sugerida por um estreante nas reuniões do comando da campanha: o presidente da Força Sindical, Enílson Simões de Moura, o Alemão. A avaliação do grupo é de que, após o lançamento do Real, em 1º de julho, demorará cerca de um mês para que a campanha sofra reflexos do plano. Neste período, FHC já deve estar com o esquema de publicidade atrelado à paternidade da nova moeda. Texto Anterior: Brizola defende o desarme da polícia Próximo Texto: "Só trabalhador não-ilustrado sofre acidente" Índice |
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