São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Cresce especulação com dólar paralelo

DA REDAÇÃO

O ágio do dólar no paralelo foi ontem o maior do ano (1,24%). No dia 30 de dezembro de 93 estava em 1,27%.
A proximidade da entrada em vigor da nova moeda –o real– está aumentando a especulação com o dólar no paralelo. Para explicar a maior procura pelo dólar no "black" não faltam até mesmo boatos de mididesvalorização.
O Banco Central está tendo muito trabalho para controlar o câmbio nos últimos dias. Ontem, o BC realizou três leilões de venda no mercado flutuante e dois no comercial.
Ontem, houve também reajuste na estimativa de variação da URV para este mês de 44% para 44,5%. As taxas do over estiveram em 56,5% ao mês. Já se espera que se situem em 57,1% hoje.
O governo realizou ontem leilão de Letras do Banco Central (LBCs). As LBCs acompanham o juro diário do overnight (negócios por um dia entre instituições financeiras).
Ontem, o BC colocou no mercado todos os 8,3 bilhões de LBCs emitidos de 28 dias. As instituições compraram LBCs basicamente para lastrear seus fundos de investimento.
Não houve a colocação dos tradicionais Bônus do Banco Central (BBCs). O diretor do Banco Central, Alkimar Moura, diz que não serão realizados leilões com papéis prefixados como o BBC até que esteja concluída a transição para o real. No momento atual é difícil calcular os juros para 30 dias, diz Moura.
Ontem, foi dia de realização de lucros nas Bolsas. Houve maior pressão de venda. O índice da Bolsa paulista subiu 0,4% e o índice da congênere carioca (Senn) valorizou-se 0,7%.
Ontem, na Bolsa de Mercadorias & Futuros começaram os negócios com índice Bovespa em URV com vencimento em 17 de agosto. A cotação foi ontem de 15,80 pontos, o que projeta valorização de 3,67% ao mês. (Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,652% no último dia 3. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram em média a 57,11% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 8 rendem 46,5792%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 16% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 30% e 42% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 56,45% a 56,60% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 16% a 18% ao ano mais TR.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 0,4%, fechando com 29.205 pontos e volume financeiro de CR$ 516,0 bilhões, contra CR$ 503,5 bilhões no pregão anterior. Rio: elevação de 0,7% (I-Senn), fechando com 111.968 pontos e volume financeiro de CR$ 84,88 bilhões, contra CR$ 95,7 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.755,91 pontos, contra 3.768,52 pontos no dia anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.381,90 pontos, contra 2.387,40 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 21.042,71 pontos, contra 20.726,65 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.010,07 (compra) e CR$ 2.010,10 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.975,49 (compra) e CR$ 1.975,51 (venda). "Black": CR$ 2.010,00 (compra) e CR$ 2.035,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.973,00 (compra) e CR$ 1.983,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.935,00 (compra) e CR$ 1.995,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,61%, fechando a CR$ 24.540,00 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5078, contra US$ 1,5081 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6695 marco alemão, contra 1,6698 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 105,31 ienes, contra 105,38 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 381,10, contra US$ 380,40 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 47,82%.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 42,54%.
O mercado futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 32.100 pontos, o que projeta lucratividade de 49,94%.

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