São Paulo, quinta-feira, 9 de junho de 1994 |
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Fila e falta de produtos tumultuam free shop
SILVIO CIOFFI
Quem chegou ao Brasil na manhã do último dia 31 desembarcou em meio a uma pequena confusão. "A fila está fazendo caracol", dizia o funcionário Walter Melo Pires –identificado através do crachá da Infraero–, que gentilmente ajudava o alinhamento dos carrinhos cheios de mercadorias. Dali até o caixa era preciso fazer uma escala de 45 minutos por espaços apertados. Além da demora um desabastecimento de luxo: a loja não tinha nenhuma marca de rum nem de cerveja importados. Faltavam ainda as tradicionais miniaturas de metal italianas Burago, o vinho francês Beaujolais e o licor italiano Frangelico. As etiquetas com preços também foram "abolidas" pela Brasif, empresa que explora as lojas com produtos livres de impostos nos aeroportos internacionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campinas (SP). Sem as etiquetas o consumidor vê preços marcados nas prateleiras, mas não sabe a que produtos correspondem. Espécie de supermercado exclusivo dos cerca de 4 milhões de passageiros/ano que viajam para o exterior, as lojas faturaram cerca de US$ 200 milhões em 93. A principal atração dessas lojas é o preço bastante conveniente das mercadorias. Um litro de uísque escocês envelhecido oito anos (do tipo Cutty Sark ou Johnnie Walker, por exemplo) custa nas lojas US$ 14 (CR$ 27,4 mil). Os mesmos uísques custam na Casa Ricardo, segundo apurado em 7 de junho, respectivamente CR$ 82 mil e CR$ 95,6 mil. A julgar pelas falhas, talvez fosse o caso de questionar se a velha e saudável concorrência, na forma de outras lojas de importados isentos de impostos nos mesmos aeroportos brasileiros, não despertaria a Brasif para correção de falhas como as observadas na loja da ala nova em Cumbica. Texto Anterior: Lojas 'duty free' de Londres esbanjam opções Próximo Texto: Greve afeta o abastecimento Índice |
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