São Paulo, quinta-feira, 9 de junho de 1994
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Nem só do detetive vive a cidadezinha

DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Além das atrações relacionadas com Sherlock Holmes, Meiringen e seus arredores oferecem também suas próprias atrações.
A igreja local, com vários afrescos, data da Idade Média, e sua torre quadrada e isolada lembra a masmorra de uma fortaleza. Três quilômetros a leste, os desfiladeiros do rio Aar podem ser vistos desde uma trilha escavada na rocha marrom acinzentada.
Conan Doyle amava esta parte dos Alpes e fez seu herói e Watson passarem uma "semana encantadora" ali, antes de –cansado de escrever histórias sobre Sherlock Holmes– levar o professor Moriarty até a cena.
Procurando por seu amigo, Watson só encontrou seu "alpenstock" –uma longa bengala com ponta de ferro, que não é mais usada pelos alpinistas de hoje–, numa saliência sobre as mortíferas cataratas.
Mas iria descobrir, mais tarde, que apenas Moriarty havia morrido nas águas de Reichenbach. Os aficionados de Sherlock Holmes se recusaram a vê-lo morrer e protestaram energicamente.
Num exemplo precoce de interação entre autor e platéia, Conan Doyle dobrou-se à exigência pública (e também à exigência de seu editor), e fez o detetive reviver para continuar com sua carreira de combate aos criminosos.
"Felizmente nenhum médico legista havia examinado os restos mortais de Sherlock Holmes", explicou o escritor, depois de resgatar o herói para fazê-lo enfrentar outros desafios.
No que diz respeito a Meiringen, o grande detetive encontrou seu fim no abismo de Reichenbach.

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