São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Sem a altitude de La Paz, time da Bolívia não deve assustar

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

É como se houvesse dois times da Bolívia: o que joga na altitude e o que joga ao nível do mar.
Os jogadores são os mesmos, mas a diferença de rendimento é inegável. Os resultados das eliminatórias o comprovam.
A Bolívia fez oito pontos em oito em casa, nos 3.600 m de altitude de La Paz, e apenas três em oito pontos disputados fora.
Venceu em casa o Brasil por 2 a 0 –primeira derrota brasileira em um jogo de eliminatória– e perdeu na volta por 6 a 0.
Os pontos ganhos na altitude foram essenciais para que a Bolívia superasse o Uruguai e chegasse à Copa pela primeira vez através de eliminatórias.
Nas duas vezes em que disputaram o Mundial, em 1930 e 1950, os bolivianos se classificaram automaticamente.
O fato de que não contarão com a altitude praticamente acaba com as chances bolivianas no Mundial e lhes vale o desprezo dos adversários.
"Não vou até La Paz vê-los jogar, porque, lá, o estilo deles é completamente diferente do que será na Copa", diz o técnico da Alemanha, Berti Vogts.
Na fase de preparação para a Copa, o único resultado bom foi uma vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, em Villavicencio (Colômbia), em 7 de abril.
O técnico basco Xavier Azkargorta, herói nacional por ter classificado os bolivianos para o Mundial, teve dificuldades para preparar a equipe.
Os clubes The Strongest e Bolivar, pensando na Taça Libertadores (sul-americano de clubes), se negavam a ceder seus jogadores. Só em abril Azkargorta venceu a queda-de-braço.
Além disso, a principal estrela da equipe, o atacante Marco Antonio Etcheverry, conhecido como "El Diablo", contundiu-se no joelho. Apesar de convocado, ainda é dúvida para o Mundial. (AFt)

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