São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Ênfase no ataque divide esquemas táticos

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O grande confronto tático da Copa será entre o futebol ofensivo e o defensivo. A questão é atacar ou contra-atacar.
O ponto comum a quase todos é velocidade na saída para o ataque, cobertura na defesa e descentralização da armação de jogadas.
No grupo ofensivista, desponta o técnico colombiano Francisco Maturana. No segundo, estão o norueguês Egil Olsen, o belga Paul Vam Himst e o alemão Berti Vogts.
O brasileiro Carlos Alberto Parreira, o holandês Dick Advocaat, o argentino Alfio Basile e o italiano Arrigo Sacchi ficam no bloco intermediário.
O emblema dessa disputa é o número de atacantes em cada time.
Olsen, que levou a Noruega à sua segunda Copa do Mundo, defende o futebol de resultados. O essencial nessa visão de jogo é a compactação do time. Defender em bloco e atacar sempre visando a finalização.
Com mais técnica do que os noruegueses, é assim que jogam os alemães. Nesta Copa, deverão estar mais recuados do que em 1990, já que seu líder em campo, Matthaus, virou líbero.
A Itália, por tradição sempre retranqueira (o lema do "calcio" diz que a principal meta de qualquer time num jogo é terminá-lo sem sofrer gols), deu um sinal de mudança com a entrada de Sacchi, há quatro anos.
Sacchi se consagrou ao fazer do Milan um time ofensivo e que rompia com a tradição da marcação individual. Na seleção, acertou a defesa, mas não o ataque.
Nos últimos meses, Sacchi arriscou e montou um esquema para manter três no ataque quando o time tem a bola e nove na defesa, quando é o adversário que a domina.
A Colômbia de Maturana, apesar de jogar no 4-4-2, é bastante ofensiva, porque Rincón e Valderrama quase não participam da marcação. Além disso, os laterais e volantes apóiam muito o ataque.
Times como Brasil, Holanda e Argentina, têm esquemas variáveis.
Dependendo dos jogadores que escalam e do adversário, usam formações mais ou menos ofensivas. As três equipes têm jogadores para jogar com dois ou até três atacantes –com um voltando para marcar no segundo caso.
O Brasil, ao contrário, da Holanda e da Argentina, não tem um grande líder no meio-campo.
Nele, os dois laterais e dois zagueiros são protegidos por um líbero (jogador de defesa que tem função de cobertura), o meio-campo tem três homens (dos quais às vezes dois são volantes). E o ataque depende de dois velocistas.

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