São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bélgica chega otimista após bons resultados

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

O time belga chega aos EUA otimista, após os bons resultados nos últimos amistosos antes do embarque para a Copa.
A equipe bateu Zâmbia, vice-campeã africana, por 9 a 0, em 4 de junho, e a Hungria por 3 a 1, quatro dias depois. "O clima é excelente, vamos conseguir um resultado magnífico", previu o técnico da seleção, Paul Van Himst.
O grande destaque dos dois amistosos foi o croata naturalizado belga Josip Weber, 29, artilheiro dos três últimos campeonatos da Bélgica, pelo Cercle Brugge.
Os belgas conseguiram mudar sua nacionalidade às pressas para que disputasse a Copa do Mundo. Passaram por cima de uma decisão da Fifa que proíbe que um jogador atue por duas seleções diferentes.
Na verdade, Weber chegou a jogar três partidas em 92 pela recém-criada seleção da Croácia. Os belgas alegaram que a Croácia ainda não estava filiada à Fifa.
Mentiram à entidade. A Croácia se filiara dois dias antes do primeiro amistoso.
Mas Weber acabou autorizado a jogar por uma nova decisão da Fifa, do ano passado, que só liga um jogador definitivamente a uma seleção quando ele disputa uma competição oficial por ela e não apenas um amistoso.
Weber estreou na seleção belga contra Zâmbia e Hungria. Marcou cinco gols contra os africanos e mais um no jogo seguinte.
O maior trunfo dos belgas, porém, está fora do campo: é seu técnico. Um dos melhores jogadores que a Bélgica já teve, Van Himst se entende bem com os jogadores.
"Jogadores como Degryse e Scifo (meias) ficam de saco cheio com o excesso de teoria", exemplifica. "Eu também era assim."
Van Himst acabou com os atritos entre os jogadores das duas comunidades belgas, a que fala francês e a que fala flamengo.
"Eu não pergunto ao jogador que língua ele fala. Pergunto apenas se ele sabe onde fica o gol."
O técnico define claramente as funções dos jogadores em campo. Cada um sabe o que fazer. O time joga em um 5-3-2 defensivo.
A seleção é experiente. Os melhores são os meias Scifo –que, apesar dos 28 anos, tem dez de seleção– Van der Elst, 33, e o goleiro Michel Preud'Homme, 35.
Os atacantes Czerniatinsky, 25, e Degryse, 29, não são goleadores natos. Esse é um dos maiores problemas dos belgas, que eles esperam resolver com Weber. (AFt)

Texto Anterior: Emissoras preparam 'guerra de guerrilha'
Próximo Texto: Bergkamp é sucessor de Gullit e Van Basten
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.