São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Bergkamp é sucessor de Gullit e Van Basten

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma Holanda diferente disputa a Copa do Mundo dos EUA. Não terá nem Ruud Gullit nem Marco Van Basten, suas duas maiores estrelas nos anos 80.
Com os dois desfalques, as esperanças holandesas na Copa dos EUA se concentram em Dennis Bergkamp. O atacante teve boas atuações nesta temporada pela Internazionale (Itália).
Van Basten, contundido, estava descartado há bastante tempo. Gullit havia abandonado a seleção, insatisfeito com o técnico Dick Advocaat.
Voltou atrás, foi convocado para o Mundial. "Nos EUA, darei adeus à seleção holandesa", disse.
O adeus foi antecipado. Gullit desistiu novamente, após o primeiro amistoso de preparação, alegando que o esquema tático de Advocaat não lhe era favorável.
Van Basten ainda se ofereceu para substituir Gullit. O atacante se recupera de duas operações no tornozelo. Seu clube, o Milan (Itália), no entanto, não permitiu a sua convocação.
Foi uma semana de crise para os holandeses, encerrada com a convocação de Johnny Bosman.
Bosman, 28, é um jogador que, para muitos, já deveria ter estado na seleção holandesa no Mundial de 90, na Itália.
Naquela Copa, a seleção holandesa jogou muito mal e foi eliminada pela Alemanha nas oitavas-de-final.
Bosman não foi convocado por causa da concorrência de Van Basten. O sucesso do jogador do Milan fez sombra durante muitos anos à carreira de Bosman.
O clima melhorou um pouco no time holandês com a vitória por 3 a 0 sobre a seleção do Canadá, com boa atuação de Marc Overmars, 21, atacante do Ajax. Overmars é uma das possíveis revelações do Mundial.
O técnico Dick Advocaat chega aos EUA no comando do time apenas porque Johan Cruyff, estrela do futebol holandês nos anos 70 e atual técnico do Barcelona, não chegou a um acordo financeiro com a federação holandesa.
Advocaat escala o time em um sistema 3-3-1-3 flexível, em que um jogador faz a ligação entre o meio-campo e o ataque.
Além de Bergkamp e Overmars, a equipe conta com Ronald Koeman e Frank Rijkaard, remanescentes da Copa de 90 e jogadores polivalentes e de grande categoria.
Rijkaard voltou ao futebol holandês, pelo Ajax, depois de muitos títulos com Gullit e Van Basten no Milan. Ainda tem fôlego para fazer boas atuações.
Ronald Koeman continua a ser o bom armador e cobrador de faltas do Barcelona (Espanha). (AFt)

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