São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Relator diz que MP deve ser votada no 2º semestre

CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da MP das mensalidades, deputado Paes Landim (PFL-PI), disse ontem que a medida provisória só deve ser apreciada pelo Congresso no segundo semestre.
"Dificilmente haverá quórum para votar a medida no plenário, e a apreciação na comissão cai no dia de São João", avaliou.
Segundo Landim, só um acordo de lideranças pode viabilizar a votação da medida antes do recesso parlamentar de julho. Foram apresentadas 85 emendas à MP.
Se não for apreciada e votada, vale o texto atual da MP. O governo pode reeditá-la depois de 30 dias. Os proprietários ameaçam fechar as escolas se a medida não for aprovada com as emendas.
Eles estiveram ontem no Congresso para pressionar os parlamentares para que votem a MP com as emendas.
A MP, editada pelo governo há uma semana, reduz o valor das mensalidades escolares em 50%, em média. Com as emendas, esta perda cai para até 15%.
"Se as emendas forem aprovadas, retiramos a ação contra a MP que encaminhamos ao Supremo", disse Withe Abrahão, da Confenen (Confederação dos Estabelecimentos de Ensino).
Também no Congresso, os representantes dos estudantes pressionaram os parlamentares para a aprovação da MP sem emenda.
"Queremos a MP como está", disse Joel Benin, presidente da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). "Se é para ser modificada, preferimos que o governo reedite a medida".
Os presidentes da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), e do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB), prometeram aos estudantes que vão apoiar a MP.
Eles estiveram com o diretor do Departamento de Proteção ao Consumidor do Ministério da Justiça, Jorge Derbli. Ele disse que os pais devem acionar o Procon no caso do descumprimento da medida.
A UNE e a UBES pretendem organizar uma caravana para acompanhar a votação. Hoje, no Masp, eles fazem manifestação às 10h.
Os processos contra 15 escolas particulares de São Paulo serão publicados no "Diário Oficial" até o final desta semana.
O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Rodrigo Janot, anunciou que os processos seriam publicados ontem.
A Folha apurou que os processos estão em fase de conclusão e acusam as escolas de aumento abusivo e prática de cartel. Segundo Janot, elas cobram a mesma mensalidade por serviços diferenciados.

Texto Anterior: OMS valoriza fidelidade no combate à Aids
Próximo Texto: Estudantes da USP invadem restaurante
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.