São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Frio relança casaco de couro como uniforme de modernos

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Basta esfriar um pouco e o povo já pega o casaco de couro do armário. É o item que não tem erro para o inverno, em qualquer situação, chique ou informal; noite ou dia.
Mais que os já clássicos modelos "perfecto", o couro vem em jaquetões, jalecos, coletes, calças e minissaias, em preto ou marrom.
E nem precisa ser couro novo. Como os coturnos, quanto mais detonado, melhor –aí está a corrente recuperação da estética punk.
Uniforme oficial de rebeldes e modernos em geral desde que Marlon Brando celebrizou o look "motorcycle boy" em (justamente) "O Selvagem da Motocicleta", de 1953, o couro se popularizou entre "delinquentes juvenis" da época, os chamados "rockers". (Outro difusor da cultura rebelde do couro, James Dean, não usava couro no filme "Juventude Transviada", de 1955, ao contrário do hype em torno dele).
Foi a partir da Inglaterra que a coisa se proliferou –apesar de o filme com Brando ter ficado proibido daquele país por 15 anos. E foi "Blackboard Jungle", também de 55, que associou primeiro a onda "bad boy" ao rock, no mega-hit de Bill Haley "Rock Around the Clock", que era sua trilha sonora.
Se nos anos 60 os "leather boys" (garotos em couro) já eram pura cultura pop, na década de 70 ganharam tons sadomasoquistas e a associação à comunidade gay que têm hoje os "leather bars" –os bares em que tachas, coletes e correntes são uniforme.
Mas claro que ninguém precisa pensar nisso pra tirar seu casaco de couro do armário: fazer modelo –e distrair o frio– já está bom.

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