São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Exército massacra 60 jovens em Ruanda

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A ONU confirmou ontem o massacre de 60 adolescentes tutsis. Eles foram retirados de uma igreja de Kigali e mortos por homens do Exército, segundo a organização.
O porta-voz da missão da ONU no país disse que alguns dos adolescentes foram enterrados vivos.
A notícia foi dada à ONU por seis adolescentes que conseguiram fugir da igreja e se refugiaram em um hotel da capital. A estimativa inicial era de 40 mortos.
Segundo as testemunhas, os milicianos hutus entraram na igreja de São Paulo, retiraram 60 rapazes e os executaram terça-feira perto de uma ponte em uma área da capital controlada pelo governo.
Os seis sobreviventes endereçaram uma carta ao comandante das tropas da ONU em Ruanda.
Eles pedem que a ONU "faça tudo que estiver ao seu alcance para evitar a execução iminente de um massacre contra nós".
O ministro das Relações Exteriores da França disse ontem que o país está disposto a intervir militarmente com outros países europeus e africanos em Ruanda.
"Se os massacres continuarem e se o cessar-fogo não for respeitado, a França, junto a seus aliados europeus e africanos, está preparada para intervir com o objetivo de proteger grupos ameaçados de extinção", disse Allain Juppé.
O ministro francês se referia ao cessar-fogo acertado na terça-feira em Túnis, na reunião da OUA (Organização da Unidade Africana), entre o governo e os rebeldes da FPR (Frente Patriótica Ruandesa).
O anúncio formal deveria ocorrer ontem, ao final da reunião.
O comandante das forças da ONU disse que ainda não tinha conhecimento oficial da trégua. Os combates foram interrompidos ontem no início da noite em Kigali.
A ONU confirmou ontem a tomada pelos rebeldes da cidade de Gitarama, a 50 km de Kigali.

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