São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Teatro cativa vários níveis nas empresas
DENISE CHRISPIM MARIN
O Grupo de Teatro Safra Clube está em cartaz em São Paulo, com a comédia "O Médico à Força", escrita por Molière no século 17. O trabalho do grupo começou em 91, por iniciativa da Associação de Funcionários das Organizações Safra –que também criou um coral e concursos anuais de contos, poesias e de fotografia. "Conheci pessoas com quem me encontrava diariamente nos corredores e nunca tinha conversado", afirma João Gomes Monteiro, 30, chefe de controladoria internacional do Banco Safra. Na comédia, Gomes faz o papel do falso médico Sganarello. Contracena com caixas, gerentes e assistentes administrativos do Safra. O Grupo Teatral ADC Siemens, mais antigo, serviu de inspiração para os atores de "O Médico à Força". Entre abril e maio, os funcionários da Siemens fizeram sua nona montagem, em São Paulo. O texto escolhido foi "O Parturião", de Luís Alberto de Abreu, cuja produção envolveu 12 atores e consumiu US$ 20 mil. Ambos os grupos dividem o mesmo diretor, Ednaldo Freire, e adotam o mesmo critério de escolha das peças: cada um apresenta sugestões e segue-se uma votação. Ninguém ganha pela atuação e tampouco as jornadas de trabalho são reduzidas em favor de ensaios. José Bezerra da Silva, 60, o Major Aristóbolo de "O Parturião", há oito anos opera pontes rolantes na Siemens. É o único operário no grupo de teatro, formado por secretárias, analistas de sistemas, engenheiros. Casado, sete filhos, ele trabalha das 7h às 17h12 e vai para os ensaios, que muitas vezes terminam mais tarde que a última condução. "O teatro é uma maneira de aprender mais sobre o mundo e também de escapar um pouco da rotina de trabalho", diz. (DCM) Texto Anterior: Cultura é arma para motivação Próximo Texto: Estratégia indica a melhor platéia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |