São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Espadas são fonte de renda na cidade

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CRUZ DAS ALMAS (BA)

A "guerra das espadas" é também uma das principais fontes de renda dos 50 mil habitantes de Cruz das Almas.
Até o último dia 20, a dúzia da espada estava sendo comercializada por CR$ 50 mil.
Entre quinta e sexta-feira passadas, a dúzia já custava CR$ 75 mil. A unidade era comercializada por CR$ 8 mil.
"A cidade é pobre e praticamente cada família tem um fabricante de espada", disse Jurandir Gomes Machado, 35.
Há 30 anos fabricando espadas, Antonio Daltro, 49, disse que a procura pela arma começa a aumentar a partir de abril.
"São centenas de encomendas e temos que trabalhar pelo menos 12 horas por dia para atender os pedidos", afirmou.
A espada é fabricada com bambu cozido. Após ficar oito dias secando, o bambu (mínimo de 25 centímetros de comprimento) é enrolado a um cordão de sizal e enfeitado com papel laminado.
Dentro do bambu, os fabricantes colocam pelo menos 15 centímetros de pólvora socada e limalha de ferro. A limalha tem o intuito de ferir o adversário.
Uma das extremidades do bambu é completamente fechada com argila. Na outra, há um pequeno um pequeno furo, por onde é colocado o fogo.
Normalmente, as pessoas utilizam fósforo e cigarro para acender as espadas, que chegam a percorrer, no solo, mais de cem metros até atingir o alvo.(LF)

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