São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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"Black" só ensaia reação

DA REDAÇÃO

Quem está interessado em rentabilidade na passagem para o real pode esquecer o dólar no paralelo. Esse é o consenso entre os analistas financeiros.
O dólar costuma ser mais procurado em épocas de transição para um novo programa econômico. O Plano Real não é exceção, apesar da transparência das regras e da divulgação antecipada das medidas.
Mesmo assim, os investidores ficam cautelosos e procuram abrigo no dólar.
Diversos estudos demonstram que o dólar no paralelo não se constitui aplicação rentável a longo prazo. É uma aplicação que não rende juros e não está a salvo nem da inflação dos Estados Unidos.
O Banco Central (BC) demonstrou este mês sua força para reduzir a especulação com o paralelo. Há duas semanas, o ágio era de 1,93%. Estava em 0,12% na última sexta-feira.
Os doleiros aproveitaram a proximidade do início da troca da moeda para puxar as cotações. O dólar vinha operando com deságio há muito tempo, o que também não é considerado normal.
O BC atuou, porém, em várias frentes para balizar o mercado. Primeiro anunciou a importação de US$ 100 milhões em espécie para vender no mercado flutuante.
Depois iniciou uma série de baterias diárias de leilões nos mercados do dólar flutuante e do comercial para controlar as cotações.
O comportamento do dólar no paralelo vai depender, no início do real, das expectativas inflacionárias e dos resultados das pesquisas eleitorais.
Há um fato, entretanto, que pode pesar mais. São as reservas externas em poder do Banco Central. Elas continuam acima de US$ 35 bilhões, o que dá o poder de fogo necessário para controlar todo o mercado.

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