São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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BC pode limitar ritmo e volume da entrada

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal não hesitará em adotar novas restrições ao ingresso de capital externo no país, caso as medidas para limitar a emissão da nova moeda não sejam suficientes.
Anteontem, o BC anunciou um pacote cambial e monetário com medidas neste sentido.
"Se for necessário, vamos apelar para restrições explícitas", disse o diretor de Assuntos Interncionais, Gustavo Franco.
Gustavo Franco não definiu que restrições novas poderiam ser adotadas. Mas ao falar em restrição explícita ele sinalizou que desta vez elas poderão limitar não só o ritmo mas também o volume de entrada de capital externo.
A entrada de capital estrangeiro em excesso preocupa pois, ao adquirir a moeda estrangeira que sobra no mercado de câmbio, o BC emite moeda nacional e injeta mais reais na economia. Por causa dessa preocupação, o BC adotou anteontem medidas preventivas.
Foi criado um recolhimento compulsório, ao BC, de 20% dos depósitos a prazo e aumento, para 100%, do recolhimento incidente sobre os depósitos à vista.
Na área cambial, só foram afetadas operações como as de ACC (Antecipação de Contrato de Câmbio) e pagamento antecipado de exportações.
Para ganhar com os altos juros, muitos exportadores estavam tentando trocar seus dólares antecipadamente, fazendo uma operação em seguida da outra.
Faziam o ACC e liquidavam o débito pegando pagamento antecipado pela exportação. Obtinham dólares 360 dias antes do embarque. Esse prazo caiu para 180 dias, postergando a necessidade de o BC emitir reais para comprar saldo de dólar no mercado.

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