São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994 |
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Estação provoca 'boom' de nascimentos
PATRICIA DECIA
Dados do IBGE mostram que nove meses após a estação o número de partos cresce 11% em relação à média anual O brasileiro transa mais no inverno. O clima frio faz as pessoas ficarem mais tempo dentro de casa e o resultado, em números, é comprovado nove meses depois. Em março, abril e maio, o número de nascimentos de bebês cresce em quase todo o país. Todas essas crianças –faça as contas– foram concebidas no inverno. A "Estatística do Registro Civil – 1990", a última publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, no Estado de São Paulo, o número de nascimentos foi 11% maior nos três meses do outono em relação à média do ano. Foram 59.235 crianças em março. Em novembro, nove meses após o Carnaval, o total de nascimentos caiu para 45.412. Os número do Brasil confirmam a proporção. A concepção no trimestre é campeã em 15 Estados brasileiros, entre eles Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Os total de nascimentos em novembro foi 44% mais baixo do que o de março daquele ano. Para a sexóloga Marta Suplicy, 49, os dados não surpreendem. "É como em épocas de bombardeio ou de crise. As pessoas ficam mais tempo em casa e seu lazer e prazer é o sexo", afirma. O presidente da associação paulista de motéis, Milso Pedro Campos, 53, também acredita que a atividade sexual é mais intensa no inverno, apesar da queda de 10% no movimento dos motéis durante a estação. "Nós sabemos que 55% dos casais que procuram os motéis são marido e mulher. Com o frio, eles acabam diminuindo a intensidade de sua vida noturna e produzem mais domesticamente", afirma. Os dois filhos da secretária Ana, 27, e do gerente Sérgio Caixeta, 28, foram concebidos durante o inverno. André, 4, nasceu no mês de maio e Daniel, 1, em abril. Segundo ela, o único problema de ter filhos nessa época do ano é precisar cuidar dos bebês praticamente recém-nascidos quando chega o inverno. "O pior é levantar da cama várias vezes de madrugada, enfrentando o frio de julho". Ana confirma que prefere transar no inverno. "É mais aconchegante. No verão o suor me desagrada", diz. Texto Anterior: Rebaixamento do ensino jurídico e universal Próximo Texto: Frio cria 'demônio comilão' nas mulheres Índice |
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