São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
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Barbearia vira refúgio
DA REPORTAGEM LOCAL No momento em que o Romário marcava seu primeiro gol contra Camarões, Ezequiel Rodrigues, 37, fazia as unhas no salão de beleza RX3, da galeria Cine Paulistano. "Nunca soube jogar e não gosto de ver. O Real me preocupa mais".Sua mulher, a cabeleireira Akiko Maura Hayashi, 34, não sabe responder qual país está sediando a Copa-94: "Agora você me pegou. Essa Copa é onde?" No mesmo salão de beleza o barbeiro Luís Mendes, 35, corta tranquilamente os cabelos do alfaiate Hildo Pereira da Silva, 37. Hildo acha que todo mundo deveria estar fazendo o seu trabalho."Ele tem que cortar o meu cabelo e eu vou depois fazer minhas roupas", disse o alfaiate, casado e pai de três filhos. "Além disso, não gosto de multidões idolatrando ídolos", completa. O barbeiro concorda: "No jogo Brasil X Rússia eu fiquei na porta do salão esperando, mas não chegou nenhum freguês. Mesmo assim eu não vi o jogo." Texto Anterior: Alienados 'caçam' salas de cinema na hora do jogo Próximo Texto: Crianças exibem sorriso colorido Índice |
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