São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Família repete o cardápio do dia do tri
ALESSANDRA BLANCO
Pai, mãe, filhos e noras torceram juntos em 1970 e deu certo. A comemoração incluiu um passeio de Kombi com muitas bandeiras pelo bairro do Ipiranga (zona sul). "Na época, o bairro era mais aberto, não tinha tanta casa, os vizinhos eram mais chegados e todos saíram para a rua comemorar", disse Flávio Abdallah, 52. Neste domingo, até o cardápio do almoço é o mesmo de 1970: quibe e esfiha. O que muda é a inclusão da lasanha. "Vamos comer os italianos", dissse Marta Abdallah, 22. A família mora na mesma casa desde 1965, mas a geladeira é da época da Copa de 1958. Joana Abdallah, 77, lembra que em 58, estava na igreja no horário do último jogo da Copa e, durante a pregação o pastor acabou gritando "gol" para o Brasil. De 1970, lembra da enorme quantidade de balões no céu e dos estostouros dos fogos. Este ano, os irmãos Flávio, Valdir, 53, Alberto Abdallah Junior, 46, e o sobrinho Alberto Abdallah Neto, 27, o "Papi", filho de Valdir, resolveram realizar um plano que vinha sendo discutido desde 1990: ir ver os jogos nos Estados Unidos. Eles chegaram em São Francisco no dia 18 de junho junto com um grupo de 19 amigos, assistiram os três primeiros jogos da seleção e voltaram ao Brasil. "Voltamos para comemorar com a família. Torcer junto é o mais importante. Além disso, meu pai tem 79 anos e comemorar com ele é uma alegria", disse Flávio. Segundo Valdir, os brasileiros "tomaram conta" dos EUA. "Eles tomam cerveja na rua, dançam, fazem carnaval e dominam o campo", disse. As ofensas ao técnico Parreira também foram unanimidade no empate entre Brasil e Suécia. "Nós já fomos para lá na certeza de sermos campeões. Não era para o Brasil empatar com a Suécia se tinha time para ganhar", disse Flávio. A família ainda não sabe como vai comemorar o "tetra". A geração mais nova - Flavia,21, Marta, 22, Regis Abdallah, 19, e Alberto Hiar, 29 - devem "ir para a Paulista". Hiar disse que nunca pôde comemorar uma Copa. "Em 1970, eu era muito pequeno e ficava feliz porque via que as pessoas estavam felizes, mas não sabia direito o que estava acontecendo. Agora, desta vez vou comemorar." Já os "veteranos" devem apenas gritar dentro de casa ou, no máximo, junto com os vizinhos. Texto Anterior: Maluf promete não distribuir Fusquinhas Próximo Texto: Reduto de italianos abriga torcida do Brasil Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |