São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Governo usa taxa para cortar preço

Ministro culpa inflação da virada

DA REPORTAGEM LOCAL E DA REDAÇÃO

"Se os empresários tivessem se comportado como todos os brasileiros no final de junho, os preços estariam mais baixos e os juros também", disse no Senado, quinta-feira, o ministro Rubens Ricupero.
Na sexta, Edmar Bacha, assessor especial da Fazenda, afirmou que a queda dos juros "dependia da Fiesp".
Como a inflação ponta a ponta de junho foi maior do que o juro pago (55% contra 48,43%), existiu espaço para a formação de estoques especulativos no final de junho.
O juro alto deste mês –de 6,5% contra um ponta a ponta de zero– serve como um empurrão para que o estoque seja desfeito, com preços em queda.
Esta é a lógica do governo: empurrar os preços para baixo, para que os juros possam cair no curto prazo.
O governo também têm claro que, no momento seguinte, o da renovação dos estoques, um juro muito alto vai virar custo para as empresas e pode complicar a estabilização.
A arma dos juros tem este capricho: ou funciona de forma instantânea ou o tiro acaba saindo pela culatra.

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