São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Copa do Mundo deve gerar US$ 500 mi

FILOMENA SAYÃO; MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um lance da Copa do Mundo: os comerciais e anúncios relacionados ao evento devem ter engordado o mercado publicitário brasileiro em US$ 500 milhões.
Se o Brasil for tetracampeão, mais uma fatia de US$ 100 milhões será investida em anúncios e campanhas de oportunidade.
A estimativa é de Daniel Barbará, 47, diretor comercial da DPZ, a maior agência de publicidade do país segundo a revista especializada"Meio e Mensagem".
Na avaliação de Antônio Carlos de Moura, diretor comercial da Empresa Folha da Manhã, que administra a Folha, "a Copa gerou um incremento no bolo publicitário bastante significativo; há indicativos de que o crescimento do setor, até o final do ano, será bem maior do que o registrado em 93".
Pelos cálculos de Barbará, todo esse investimento começou em fevereiro e deve terminar pouco depois do final da Copa.
Ele diz que as emissoras de tevê devem ficar com US$ 350 milhões do injetado no período.
Em seguida vêm os jornais, com cerca de US$ 100 milhões. Outdoors e revistas deverão ter recolhido perto de US$ 45 milhões.
As rádios ficam em último lugar, com US$ 5 milhões.
O mercado de publicidade em 93 acumulou US$ 3 bilhões. Este ano, o quadro é outro.
O publicitário diz que a estabilização da economia pode gerar um aumento de 20% nos investimentos na área no segundo semestre.
Na ponta do lápis, o faturamento de 1994 pode atingir a cifra de US$ 3,5 bilhões, afirma Barbará.
A chegada do Brasil à final da Copa congestionou o trabalho de produtoras e finalizadoras de comerciais nos últimos dois dias.
Os grandes anunciantes prepararam duas versões de filmes e anúncios para TV, rádio e mídia impressa. Na hipótese da vitória, as mensagens são na linha do "viva o tetra", no caso de derrota, irá prevalecer o "valeu Brasil".
A Casa Blanca Finish, finalizadora de filmes para publicidade, está com as ilhas de edição totalmente ocupadas. "Anunciantes como Antarctica, Brahma e Arisco estão remontando filmes, sempre em duas versões, para veicularem logo após o jogo", disse Bruno Weege, diretor comercial.
Fazer anúncios que podem não ser veiculados é uma decisão difícil. Mas o risco de perda pôde ser amenizado. Foi o que fizeram algumas agências de publicidade.
A W/Brasil, diz Ronaldo Gasparini, diretor de atendimento, avalia que os custos, em caso de perda, são facilmente absorvidos.
"Recorremos aos nossos parceiros", explica. Exemplo: a produtora Jodaf, que filmou o anúncio da Rider, só recebe por seus serviços se a campanha for ao ar.
A DM9 fez acordo similar com a empresa que fez os fotolitos dos anúncios da Parmalat para a revista "Veja". Affonso Serra Jr., sócio, diz que se o Brasil for tetra, paga normalmente. Se perder, paga um custo mínimo de produção.

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