São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Capitão Dunga diz ser "sargento"

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A LOS ANGELES

Capitão Dunga diz ser 'sargento'
Na última segunda-feira, enquanto fazia um treino de reconhecimento no Rose Bowl, Dunga ouviu o barulho de serrotes e martelos em ação na improvisada tribuna de honra. Soube depois que eram os funcionários do estádio preparando o local para a entrega da taça logo mais.
Dunga, 30, concordou que o barulho que vinha da tribuna de honra lembrava aqueles velhos tempos de filmes de cowboy nos quais se preparavam forca e cadafalço para a execução de um fora-da-lei.
Tudo é solene em Copa do Mundo. Da entrada dos times em campo a detalhes como o do treino de terça-feira. Imagine-se a entrega da taça na decisão de Pasadena.
Embora investido nas funções de capitão do time, desde que Raí foi barrado, Dunga ainda não assumiu de todo o seu posto. Quando o chamam de "capitão", por exemplo, ele se distrai e não responde: "Ainda não me acostumei com a promoção. Por enquanto, para todo mundo, ainda sou o sargento Dunga".
Mas Parreira pensa diferente. Ele é, de fato, o capitão. Líder dentro e fora de campo, capaz de dar broncas colossais em Raí (como aconteceu no amistoso com El Salvador, em Fresno) ou de orientar os companheiros, taticamente, dentro do campo.
Dunga tem, também, outra missão, que não diz se foi determinada por Parreira ou escolhida por ele mesmo: tomar conta de Romário.
Desde que a seleção chegou a Los Gatos, há quase dois meses, Dunga vai onde Romário vai. Como amigo, naturalmente, mas como um companheiro mais velho que vigia paternalmente o colega de ofício sempre pronto a desviar-se do caminho.

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