São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
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Romário tenta hoje ser artilheiro da Copa
FERNANDO RODRIGUES
Em 12 ocasiões, Romário apertou o comando "pause" do videocassete. Pulava sempre as jogadas de defesa. Revia as suas jogadas no ataque. Depois que reviu o seu gol, aos 35min do segundo tempo, Romário se desinteressou. Desligou a TV. Assistiu o vídeo em sala especial preparada pela cervejaria Brahma, de quem é contratado para aparecer em comerciais. Capaz de gritar com os colegas de time em algumas ocasiões, nesta Copa do Mundo Romário esteve mais circunspecto do que normalmente é. Fez um acordo tácito com o técnico Carlos Alberto Parreira. Em troca de liberdade no campo, se controla na hora de fazer declarações públicas. O principal atacante brasileiro reclamou apenas quando o meio-campo mostrou incapacidade de lhe passar a bola. "Falta criatividade", disse. Raí saiu do time. Romário sossegou. Passou a elogiar Parreira. Disse que os brasileiros não tinham capacidade para entender o trabalho "honesto" do técnico. Hoje, Romário tentará cumprir uma promessa que fez aos amigos antes do início da Copa do Mundo: queria fazer um gol para cada jogo da competição. Até agora, fez cinco gols. Para cumprir o prometido, teria que marcar duas vezes. Com sete gols tem chance de ser o artilheiro do Mundial. Quando não tem jogo, Romário desfruta de um tratamento especial. Dorme a hora que quer. Sai da concentração. Os outros 21 jogadores não reclamam. "Vamos checar esse problema de ele ter saído da concentração. Mas só na segunda-feira", disse, rindo, o chefe da delegação brasileira Mustafá Contursi. Texto Anterior: Desta vez sairemos da Copa com o caneco Próximo Texto: 'Futebol de resultado' vira lema Índice |
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