São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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CRIMES CIBERNÉTICOS

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Assim como acontece em novas comunidades, já começaram a surgir problemas de comportamento e ética entre os participantes da comunidade virtual.
Milhões de usuários da Internet foram surpreendidos no mês passado pelo primeiro anúncio que se tem notícia jogado dentro do espaço cibernético.
A idéia partiu de um advogado do Arizona, Laurence A. Canter, que começou a oferecer os seus préstimos a pessoas interessadas em emigrar para os EUA. Mais de 30 mil pessoas reclamaram, on line, em apenas um dia.
A empresa que administra a Internet no Arizona baniu Canter da comunidade virtual e ameaça processá-lo caso volte a anunciar.
Outro exemplo de problemas de comportamento dentro dessa comunidade foi a prisão, no final de abril, de John Rex, um jovem de 23 anos de Massachusetts.
Usando redes de computadores, Rex formou uma pequena gangue de pedófilos. Oferecia, com mais dois companheiros, amizade, troca de informações e jogos de computador para crianças solitárias que passavam horas no espaço virtual. Rex agora está preso sob a acusação de ter estuprado dois garotos que conheceu através das redes.
William Steen, um especialista em computadores de 44 anos da Califórnia, teve o mesmo destino no começo do ano. Foi preso sob a acusação de ter molestado sexualmente duas meninas de 14 anos que fazem parte da Internet.
No último ano, o grupo Search, baseado em Sacramento, Califórnia, tem ensinado dezenas de policiais do estado a desvendarem os segredos dos sistemas de comunicação de dados para agilizarem os chamados "crimes cibernéticos".
Ken Lanning, agente do FBI na recém-criada Unidade de Ciência do Comportamento da polícia federal americana, afirma que a massificação dos computadores tornou-se um instrumento em potencial para novos tipos de crimes. "Temos que encontrar todos os meios para controlá-los", diz.

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