São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Jipe Rocsta tem ótimo motor e má decoração

DA REDAÇÃO

O jipe coreano Rocsta, da Asia Motors, é cheio de surpresas. A primeira impressão não é lá muito boa. Excessivamente decorado, o jipe perde a agressividade militar que caracteriza o tradicional modelo.
Depois de rodar um pouco com o veículo, a surpresa é agradável. O Rocsta é muito bom. Lembra em tudo os velhos Jeep Willys que foram feitos no Brasil. Só que é mais moderno e tecnicamente atual.
O ponto alto é o conjunto motor/câmbio. O elástico motor diesel de 2,2 litros é macio e silencioso.
Tem respostas rápidas ao acelerador e potência de 72 cv, mais que suficiente para o leve jipe.
Permite viajar confortavelmente a 120 km/h ou 130 km/h, sem vibrações. É ainda econômico.
O câmbio de cinco marchas, macio e de engates precisos, tem relações de marcha adequadas. Permite força em baixa velocidade e ultrapassagens seguras.
Com a reduzida (caixa de redução que altera a relação entre as engrenagens de transmissão e permite maior força em baixas rotações) e a tração nas quatro rodas engatadas (normalmente é traseira), o Rocsta vira um tratorzinho.
Seu desempenho em situações difíceis só não é ideal por causa dos pneus lisos e do sistema de roda livre (desconecta os elementos da transmissão para aliviar o movimento das rodas dianteiras).
O sistema de roda livre é acionado manualmente (como nos antigos Willys). É preciso descer do carro –eventualmente no meio de um lamaçal– para acionar a tração nas quatro rodas.
As suspensões, seguindo o velho padrão rural, são por feixes de molas semi-elípticas e eixos rígidos. Dão trancos duros na terra –típicos dos jipes–, mas são confortáveis na estrada.
Estabilidade não é o forte do Rocsta, e é preciso tomar algum cuidado em curvas rápidas.
O acabamento quase luxuoso fica estranho no jipe. Não dá para botar um jipe de capota de lona (nunca é hermética), com carpetes altos e veludo macio, na lama, ou na areia, ou no poeirão brasileiros.
O exagero máximo são os pneus. Primeiro não são para jipes. Têm desenho para asfalto. Segundo, ostentam faixas brancas. Cobiçadas por donos de Landau ou Impala, destoam em um jipão.
O Rocsta traz até ar-condicionado, aquecimento, rádio toca-fitas. Custa US$ 21,9 mil, entre os Suzuki Samurai e Vitara (mais baratos, a gasolina) e o Daihatsu Feroza, mais caro e também a gasolina.
A palavra jipe e a marca Jeep vêm da sigla GP (general purpose, ou uso geral) dos veículos militares leves norte-americanos da 2ª Guerra Mundial.

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