São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994 |
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Estrangeiros são os mais frequentes visitantes
ABNOR GONDIM
Fica longe da poluição causada pela garimpagem nas suas cabeceiras, onde a maioria de seus afluentes tem cor avermelhada, obra dos rejeitos da extração nos barrancos. Durante os meses de maior vazante (junho a dezembro), a limpidez das águas do baixo Tapajós permite visualizar o fundo. Em alguns pontos, como no afluente Arapiuns, a transparência lembra a beleza das piscinas naturais do litoral nordestino. "Subir a bacia do rio Tapajós em direção à cabeceira no verão significa reviver a emoção de Bates, Wallace e Von Martius, viajantes estrangeiros que ali estiveram no século passado", afirma o fotógrafo José de Paula Machado, autor do livro "Tapajós". Mas esses estrangeiros não foram os últimos a desvendar os segredos do Tapajós. Segundo a Divisão de Turismo da Prefeitura de Santarém, cerca de 7.000 turistas conheceram o Tapajós em 1993. A maioria (70%) veio do exterior. "Os segredos do Tapajós são ainda desconhecidos dos brasileiros", afirma a diretora do órgão Beatriz Imbiriba. Ela diz que é obrigatório visitar locais procurados por transatlânticos, como o lago Maicá (a 30 minutos de Santarém) e cidades históricas, como Belterra e Fordlândia, construídas na década de 30 pelo norte-americano Henry Ford. A aventura pode começar pela margem esquerda do rio. Lá se encontra o seu afluente mais importante, o Arapiuns. A beleza desse rio foi constatada pelo cientista francês Jacques Cousteau, quando, nos anos 80, ele fez filmagens subaquáticas de um boto cor-de-rosa. "Eles cercaram uma parte do rio e fizeram filmagens. É muito comum ver botos nesse rio", recorda o empresário Antônio Imbiriba, 58, testemunha das filmagens do cientista francês. Com o frete de um barco por US$ 200, o francês Jacques Dravet viajou de Santarém para conhecer o ponto mais belo do Arapiuns: a cachoeira de Aruã, um fascinante redemoinho de águas espumosas. Até Itaituba, as margens do Tapajós formam praias como a de Aramanaí, Pindobal, Arariá, Maracanã, Arariá e Alter do Chão, esta última a mais procurada. Todas têm acesso por barco, algumas por rodovias. As próximas de Santarém contam com infra-estrutura turística. Texto Anterior: Julho traz à tona praias fluviais do Tapajós Próximo Texto: Alter do Chão é escala obrigatória de navios Índice |
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