São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994
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Sorveteiro interroga sobre real

DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Lula sentiu ontem na capital mineira a curiosidade do eleitorado sobre sua posição diante do real. Ao enfrentar uma fila para almoçar num bandejão subsidiado pela Prefeitura de Belo Horizonte, o petista foi abordado por um sorveteiro.
"O que o sr. acha do Plano Real?", indagou Paulo Antônio Serafim, 40. Desconfiado com a pergunta e a presença de repórteres, o candidato optou pela crítica leve. "É muito pouco, ainda", respondeu a Serafim.
Pai de cinco filhos sustentados pelo salário de R$ 135, que ganha como auxiliar de serviços no Ministério do Exército, Serafim engorda o orçamento com os cerca de R$ 100,00 que recebe por mês vendendo picolés na rua.
O vendedor afirmou que queria saber a opinião de Lula sobre o real porque não havia entendido bem a lógica do plano.
"Só sei que até agora não melhorou nada para mim por causa do aumento dos preços", analisou.
Serafim pediu a Lula que, se eleito, não se esqueça da reivindicada isonomia entre servidores federais. Não obteve resposta do petista, nem lhe garantiu o voto.
Uma promessa mais específica foi feita pelo candidato. "Se eu for eleito, vou concluir o metrô de Belo Horizonte", repetiu a promessa que vem fazendo ao prefeito petista da cidade, Patrus Ananias.

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