São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994
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Sabatina da CNBB desagrada os presidenciáveis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A fórmula do debate realizado anteontem pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em Brasília desagradou a todos os candidatos.
O debate obteve em média 5 pontos percentuais no Ibope na Grande São Paulo –o que abrange 200 mil domicílios. Houve um pico de 6 pontos.
Os representantes dos grandes partidos reclamaram da falta de perguntas entre os debatedores. Os "nanicos" se sentiram excluídos.
Sorteado para encerrar o debate, Brizola resumiu: "O nosso povo deve estar preocupado com o seu futuro. Houve aqui muita superficialidade e eu me incluo nisso. O povo brasileiro terá que fazer uma reflexão sobre seu voto".
"Mais um debate desses e os eleitores vão perder o interesse", comentou Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em um intervalo.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concordou que o formato não foi bom: "Assim não há debate. O melhor formato é debater com um único candidato de cada vez".
Com o seu habitual tom irônico, Esperidião Amim (PPR) fez uma crítica à CNBB. "A CNBB achou uma forma de fazer quatro excluídos por bloco".
Lula
Alguns representantes de entidades escolhidos pela CNBB para fazer perguntas demonstraram preferência Lula.
Por exemplo: Nelson Bizon, da Pastoral do Migrante, usou a pergunta que faria a Lula para atacar os "planos econômicos". O último plano econômico, que instituiu o real, foi idealizado por FHC.
Quando o debate acabou, a maior parte dos escolhidos da CNBB para fazer perguntas assumiu que vota em Lula. Acompanhados por um violão, cantaram o jingle "Lula-lá" e fizeram um "L" com as mãos.
Uma freira que não quis se identificar entregou um anel a Aloizio Mercadante um anel. "Entregue para o Lula. Esse anel simboliza a nossa aliança com ele", disse ela.

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