São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Preços de serviços disparam

DA REDAÇÃO

Em todos os planos econômicos brasileiros os preços disparam no setor de serviços.
No Plano Real não está sendo diferente.
Um mês após a entrada em vigor do real, os dados da Fipe indicam alta de 24,2% nos serviços pessoais, contra taxa média de 6,95% na inflação.
Os serviços médicos, sempre presentes nas listas das maiores altas no início dos planos, acumulam elevação bem acima da inflação média: 9,49%.
O comportamento dos preços neste plano deve ser diferente do que ocorreu nos anteriores. Os aumentos vieram de uma só vez logo na virada da troca do cruzeiro real pelo real.
Nos planos anteriores, quando houve demanda, os reajustes ocorreram aos poucos. Dois meses após a entrada em vigor dos planos, o setor de serviços mostrava reajustes de até 200% acima da inflação, como ocorreu no Cruzado, em 1986.
Já no Plano Real, dois meses após a implantação da nova moeda (final de agosto), quando o índice da Fipe vai mostrar variações de preços apenas em real, o acumulado pode estar próximo ou até abaixo da média geral.
O patamar registrado pelo setor, no entanto, pode não se sustentar nos próximos meses, segundo Heron do Carmo, assistente de coordenação do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
O setor de serviços perde na recessão e, num primeiro momento, o Plano Real está mais para a recessão do que para a recuperação econômica.
A aceleração da taxa de inflação no setor de serviços a cada nova taxa semanal divulgada pela Fipe não quer dizer que os profissionais liberais continuam aumentando seus preços.
O aumento pode ser creditado à forma de pesquisa da Fipe, que divide sua amostragem em 25% a cada semana.
Com isso, os reajustes de preços podem ter ocorrido de uma só vez na virada do mês de junho para julho, mas só apareceram de forma integral no índice no final de julho, após a pesquisa atingir os 100% da amostragem.

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