São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Supermercado tem lucro de 2,5%, afirma Abras

DA REPORTAGEM LOCAL

Para chegar a um lucro líquido de 2,5% sobre o faturamento bruto, os supermercados têm que cobrar, na média, preços 53,85% acima dos que constam na nota fiscal emitida pelo fornecedor.
A conclusão está em trabalho entregue ontem pela Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) a José Milton Dallari, secretário especial do Ministério da Fazenda, dentro da estratégia dos supermercados em investir na imagem de que são apenas "repassadores" de preços.
O estudo foi preparado pelo economista Nelson Barrizelli, da FEA/USP. Em épocas de inflação elevada, o varejo vende ao preço do custo e obtém os lucros no mercado financeiro.
Com a estabilização, os supermercados tendem a colocar percentual bruto, conhecido por "mark up", de 53,85%, em média, sobre o preço do fabricante.
Mas os supermercadistas não conseguiram convencer o governo de que trabalham com margem de lucro de apenas 2,5%.
Durante a reunião, Dallari pediu aos empresários que expliquem como é calculada a margem de lucro bruto. "Na margem de lucro líquido dos supermercados, não está incluído o reaproveitamento de capital de giro", diz o assessor.
Para produtos de rotatividade menor, como material elétrico e itens para festas, a margem sobre o preço do fabricante chega a 85,3%. Para os de giro rápido, o percentual é de 45%, em média.
Pegando-se uma margem média sobre preço do fabricante de 53,85%, e deduzidos impostos, chega-se à margem bruta de 25%.
Dessa margem são descontadas despesas operacionais, chegando-se a um lucro líquido, descontado o IR, de 2,5%. Segundo Barrizelli, desde 1987 o setor não tem obtido essa média de rentabilidade. Ela tem ficado próxima dos 1%.

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