São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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França acusa Europa e EUA de abrigarem radicais muçulmanos

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

O ministro do Interior da França, Charles Pasqua, acusou ontem Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos de tolerarem em seu território a presença de radicais islâmicos da Argélia.
Pasqua disse que a França já fez pedidos aos governos desses países para que ajam contra os radicais.
"Eles me dizem que a gente da FIS (Frente Islâmica de Salvação) não fez nada fora da lei. Eu digo a eles: esperem e eles farão."
Pasqua anunciou ontem que sete suspeitos de participarem de um grupo radical argelino estão em prisão domiciliar na região de Aisne, no noroeste da França.
Os corpos dos cinco franceses mortos anteontem em um atentado chegaram ontem à França.
As mortes, ocorridas na capital, Argel, elevam para 56 o número de estrangeiros mortos no país por radicais desde setembro.
Hoje haverá uma cerimônia em homenagem aos mortos, com a presença do primeiro-ministro francês, Edouard Balladur.
A segurança foi reforçada ontem nos locais frequentados por franceses na Argélia. As escolas francesas foram fechadas e um grupo de 40 pessoas, residentes no local onde ocorreu o atentado, foi deslocado para perto da embaixada.
O governo francês desaconselha qualquer viagem ao país.
O governo belga pediu o regresso de todos os seus cidadãos cuja presença na Argélia não seja "absolutamente indispensável". A Holanda fechou "provisoriamente" sua embaixada.
Os atentados contra estrangeiros são parte da campanha de extremistas muçulmanos contra o governo da Argélia.

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