São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994 |
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Britânico recebe US$ 13,5 mil por ter acordado durante cirurgia
SÉRGIO MALBERGIER
Pesquisa entre médicos britânicos indica que pelo menos 7.750 pacientes por ano estão conscientes nas cirurgias em que deveriam estar sob o efeito da anestesia. Destes, 250 sentem seus corpos serem abertos e seus órgãos internos manipulados. No caso de Dalton, um eletricista de Leeds (norte da Inglaterra), ele lembra detalhes da cirurgia. "Eu podia sentir todos os cortes que os médicos faziam. Não conseguia gritar ou falar. Acho que estava tentando, mas eu não conseguia me mexer. Foi como um pesadelo real. Estava adormecido, mas ao mesmo tempo acordado." Dalton levou dez meses para se recuperar do trauma e teve de receber tratamento psiquiátrico para voltar a trabalhar. Alguns anestesistas acham que o problema de recuperar a consciência na mesa cirúrgica pode estar aumentando por causa do uso de drogas mais leves para fazer os pacientes dormirem nas operações. Apesar de reduzirem os riscos de uma complicação fatal, elas aumentam as chances de os pacientes recobrarem a consciência. A pesquisa do Royal College of Anaesthetists revela como, após 150 anos da introdução da anestesia, instrumentos cirúrgicos ainda são incapazes de garantir que o paciente esteja inconsciente. A primeira compensação paga no Reino Unido para pacientes que acordam durante a cirurgia foi em 1985. Margaret Ackers recebeu então US$ 22,5 mil, abrindo caminho para outras dezenas de casos. Texto Anterior: França acusa Europa e EUA de abrigarem radicais muçulmanos Próximo Texto: Ex-premiê italiano Spadolini morre aos 69 ; Fidel pede mudanças na ' batalha alimentar' ; Suécia expulsa diplomata russo ; Senado dos EUA pede proteção para abortos ; Japonês diz que bomba de Nagasaki errou alvo ; Stern desiste do governo de NY ; Coréia do Norte e EUA negociam hoje Índice |
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