São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Brício quer redimir seu personagem
RENATO KRAMER
Assim como Julinho, Brício é brincalhão e tímido. Só que, enquanto o personagem se faz de retraído para conquistar seus interesses, o ator se diz realmente acanhado: "Do tipo que acha que nunca vão olhar para mim". Na ficção alguém muito especial acaba olhando para ele: Maria Laura (Luciene Adami), a filha do dono da loja de tecidos onde seu pai trabalhava. Seu coração, no entanto, bate mais forte por Lili (Flávia Monteiro). Brício nasceu na Lagoa, no Rio, passou a infância em Copacabana e mora há 16 anos num condomínio fechado na Barra da Tijuca. Desde pequeno fazia imitações em festinhas da família, com a ajuda de uma prima mais velha. Imitava a mãe, a irmã e os tios. Também gostava muito de esportes –tanto que quase foi para a escola de Educação Física. Também quase fez Veterinária e Agronomia. Estudou desenho industrial durante três anos e acabou, finalmente, dedicando-se ao teatro. Isso foi aos 21 anos, época em que ainda era cobrado pelo pai pela decisão tomada. "Todos os anos, ele me perguntava se era isso mesmo o que eu queria. E eu respondia invariavelmente: é uma ida sem volta." E não houve mesmo volta. Logo depois foi indicado pelo ator Othon Bastos (que fazia seu pai em "Éramos Seis") para participar da minissérie "Rede de Intrigas", na Rede Manchete. Na mesma emissora, viveu o índio Peri, contracenando com a apresentadora Angélica em "O Guarani". "Foi legal, mas deu muito trabalho porque eu precisava depilar o corpo todo." Na Globo, participou de algumas cenas de "Tieta", mas pra valer mesmo foi sua participação na primeira fase de "Renascer", como o jovem Deocleciano. "Foi meu melhor trabalho na TV –pela direção do Luiz Fernando Carvalho, de quem me tornei amigo, e por todo o acabamento da novela. Era teatro na televisão." Atualmente Brício pode ser visto também no teatro. Está em cartaz em São Paulo, com o musical infantil "Tip e Tap", onde vive o papel do Gato Falso. Apesar de sentir falta dos amigos cariocas, Brício diz já estar se acostumando a São Paulo. "Tenho feito ótimos amigos na cidade." Quanto ao futuro, não costuma fazer grandes planos. Sonha em poder representar clássicos shakespearianos e, mais tarde, se dedicar à direção "com sensibilidade e humildade". Texto Anterior: Sobra poesia e falta ação em especial Próximo Texto: Personagem de Lília Cabral faz caricatura histriônica de socialites Índice |
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