São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Azul vence a crise com tecnologia

SÉRGIO PRADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A criação de ovinos sempre foi um dos esteios da pecuária gaúcha. Mantidas junto ao gado, as ovelhas representavam o capital de giro dos fazendeiros, que pagavam as contas com a venda da lã.
Assim, a comercialização do boi gordo era contabilizada como lucro líquido. Com a queda dos preços do produto, houve perda de dinheiro e muitos quase acabaram com os rebanhos.
Esta tendência não chegou aos campos da cabanha Azul, um dos maiores e mais tradicionais criatórios do Brasil, localizada na região de Quaraí (RS).
"Mesmo com a crise, a criação bem orientada é com certeza uma atividade rentável, que pode pagar todas as despesas da propriedade", diz Viviane Macedo, responsável pelos ovinos da Azul.
Este ano, a empresa produziu 100 mil quilos de lã merina. Deste total, 70% foi exportado para o Uruguai. A fazenda mantém 30 mil cabeças criadas a campo. "O rebanho está dimensionado conforme o mercado", diz Viviane.
A veterinária calcula que cada ovelha, com média de vida de seis anos, significa faturamento anual de US$ 20 e custo de produção em torno de US$ 5.
O índice de produtividade em 94 atingiu quatro quilos de lã por animal, enquanto a média do Estado está próxima de três quilos.
Resultados como este não surgem por acaso. A Azul realiza experiências com ovinos há quase 100 anos, na busca de melhor alimentação, manejo e desenvolvimento genético.
Mais de 70% das ovelhas recebem inseminação artificial, com fertilidade de 90% comprovada durante a gestação por ultra-som.
Reinaldo Salvador, outro diretor da Azul, diz que um avanço no manejo foi obtido com a troca no ciclo reprodutivo e de tosquia.
Agora, o rebanho perde a lã no inverno e os cordeiros nascem na primavera. No passado, as ovelhas pariam no inverno e eram tosquiadas na entrada do verão.

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