São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Influência depende das bancadas na Câmara

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo depoimento de governadores, ex-governadores e candidatos ao governo, a influência deles é apenas indireta e se dá por meio das bancadas de seus Estados na Câmara Federal.
Mesmo assim, depende do relacionamento entre o governador e os deputados de seu Estado.
"Há governadores que exercem influência porque mantêm um bom relacionamento com a bancada, e outros que se afastam muito delas e perdem a capacidade de influência", testemunha Álvaro Dias.
Joaquim Francisco estabelece outra distinção que relativiza ainda mais o peso dos governadores: "Às vezes, o deputado tem um interesse específico e o governador não consegue influenciá-lo".
É uma alusão às bancadas informais que defendem os interesses, por exemplo, do Banco do Brasil ou dos produtores rurais.
Quem não teve experiência como governador, mas espera tê-la, caso de José Dirceu, candidato do PT ao governo paulista, vê na discutível influência dos governadores um erro deles próprios.
"Os governadores não se autovalorizam no processo político nacional", afirma Dirceu.
O fato é que os momentos recentes em que os governadores tiveram um papel mais relevante no cenário nacional foram como oposicionistas.
Na campanha das "diretas-já", em 84, os governadores da oposição armaram os palanques e deram contribuição fundamental.
Depois, em 87, os governadores dos três principais Estados (SP, MG e RJ) uniram-se para minar o então ministro da Fazenda, Dilson Funaro, e tiveram êxito.
No Congresso constituinte (87/88), todos, menos o de Alagoas, Fernando Collor de Mello, ajudaram a dar um mandato de cinco anos para José Sarney, em vez de quatro.
Ganharam no momento e perderam no momento seguinte, já que foi Collor quem se elegeu presidente da República em 89.

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