São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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PT vai tentar barrar apoios a FHC

AMÉRICO MARTINS ; CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT traçou uma estratégia para tentar impedir o crescimento da candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O partido vai lançar uma ofensiva para tentar alavancar os seus candidatos aos governos dos principais Estados do país até o dia 7 de setembro. Para esse dia, serão programados vários atos de apoio aos petistas.
O partido está preocupado com a possibilidade de não haver segundo turno para as eleições ao governo dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o que beneficiaria a candidatura de FHC.
Na avaliação dos petistas, será muito difícil o partido conseguir apoios à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesses Estados caso a eleição dos governadores seja decidida ainda no primeiro turno.
Lula se reuniu ontem com os candidatos petistas aos governos do Rio Grande do Sul (Olívio Dutra), de São Paulo (José Dirceu), de Minas Gerais (Antônio Carlos Pereira) e do Distrito Federal (Cristovam Buarque) –que veio a São Paulo para participar de um debate e ficou para a reunião.
Eles discutiram uma estratégia para tentar forçar a realização do segundo turno nesses Estados –que concentram a maior parte do eleitorado do país.
Segundo Lula, ficou decidido que vai ser feito um acompanhamento dos programas de TV dos candidatos. A intenção é unificar os discursos dos petistas.
O publicitário Paulo de Tarso, produtor dos programas de TV de Lula, vai coordenar esse trabalho.
Durante a reunião, Dirceu se recusou a aparecer nas fotos ao lado dos outros candidatos. Depois, ele afirmou que precisava conversar com Paulo Okamoto, um dos coordenadores da campanha de Lula.
Antes da reunião, Dirceu afirmou que não iria mudar o seu discurso de ataques ao PSDB e ao Plano Real.
Em todos os principais Estados –à exceção do Rio Grande do Sul–, os candidatos do partido têm um fraco desempenho nas pesquisas eleitorais. Essa situação também tem impedido o crescimento de Lula.
Os coordenadores das campanhas petistas acreditam que as lideranças locais não vão desafiar os governadores eleitos –que deverão ser de partidos adversários da candidatura Lula.
Esses governadores eleitos, avalia o PT, já deverão estar articulando os seus governos na época do segundo turno e não negociariam cargos com aliados dos petistas.
O próprio Lula vai ser usado como uma das armas para o crescimento das candidaturas regionais do partido. Ele deverá priorizar as viagens por esses Estados.

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