São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Colocação desagrada Vecchi

EDGARD ALVES
DO ENVIADO A TORONTO

O técnico da seleção brasileira de basquete, Ênio Vecchi, ficou descontente com o desempenho no Mundial (11º lugar).
O treinador coloca a ausência de Chuí, que se machucou na véspera do Mundial, como um dos fatores da má colocação.

Folha - Qual é o balanço que você faz do Brasil no Mundial?
Ênio Vecchi - É um período de transição. Precisamos ter paciência e olhar com cuidado, pois temos bons jogadores na seleção. É um trabalho para correção de erros.
Folha - Ser o técnico com pior campanha do Brasil em um Mundial o aborrece?
Vecchi - A pretensão era uma melhor colocação. Ficar pelo menos em oitavo. Lógico que ninguém ficou contente com o 11º lugar. Vamos reavaliar, ver o que estava errado e aprender.
Folha - A renovação está no caminho certo?
Vecchi - Os resultados poderiam vir rápido ou não. No feminino, por exemplo, vieram até além do que se esperava.
Folha - Mas a renovação no feminino manteve Hortência, de 34 anos, e Paula, de 32, e chegou ao título mundial. É diferente do masculino, que abdicou de Oscar e Israel.
Vecchi - É uma questão de opinião. As jogadoras jovens mostraram valor. O que faltou aqui (no masculino) foi o Chuí, que se machucou. Até no banco ele faz falta.
Folha - O Brasil tem carência de jogadores?
Vecchi - Sempre vivemos de fenômenos. O trabalho de buscar novos valores deve ser incrementado.
Folha - Estão faltando alas?
Vecchi - Temos poucos, mas bons alas. Cito o Chuí, Fernando, Paulinho, Caio, Vanderlei e Olívia. Têm características diferentes da geração anterior, mas são bons.
Folha - Faltam armadores?
Vecchi - Leva mais tempo formar um armador. Contamos com o Márcio (da seleção) e o Júnior, do Palmeiras, jovens, e Maury e Rato. O problema é que o Brasil sempre importou pivôs dos EUA. Agora, importa armadores e dificulta a renovação.
Folha - Então, os pivôs é que são o problema?
Vecchi - Na verdade, temos poucos, mas são bons. Falta só experiência. Temos o Janjão, o Tonico, o Olívia e o Gema. Com experiência, a seleção conta com Pipoca e Rolando.
Folha - Existe chance de o Oscar voltar à seleção?
Vecchi - Não. O plano é de renovação.
Folha - O ideal não seria a formação de duas seleções, uma para ganhar experiência e outra para competir?
Vecchi - O problema é a questão econômica. Ficaria muito caro manter duas seleções. Sei que outros países fazem isso.(EA)

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