São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Pesquisa consumiu 5 anos

MARCELO LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Por trás de "O Brasil dos Viajantes" há uma longa história. Não só os quatro séculos abrangidos na pesquisa, mas também um caminho tortuoso entre a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e o Masp, passando pelo Grupo Odebrecht.
No centro da confusão está a professora de história da arte Ana Maria de Moraes Belluzzo, da FAU. Mais do que curadora da exposição ou autora do livro, ela foi a iniciadora do projeto acadêmico que está na origem do megaevento.
Até a entrada dos milhões da Odebrecht, em março de 1993, Belluzzo se dedicava a um estudo acadêmico, "Artistas Viajantes e Visões da Natureza". Uma pesquisa bibliográfica com o ambicioso objetivo de identificar e cadastrar as imagens produzidas por mais de 300 autores que andaram por estas bandas entre 1500 e 1900.
Com financiamento inicialmente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 1990, e depois do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1991-93, Belluzzo e uma dúzia de colaboradores passaram um pente fino em mais de 4.000 imagens.
Interessado em organizar um livro de arte sobre viajantes, Ronaldo Graça Couto, da produtora Metavídeo/Metalivros, tomou conhecimento da pesquisa e procurou Belluzzo. Ficou então sabendo de sua intenção –ou sonho– de transformar o resultado em uma exposição, inclusive dos primeiros contatos nesse sentido com a Pinacoteca de São Paulo.
Couto procurou a Odebrecht. Entre 40 outras idéias, "Brasil dos Viajantes" foi selecionado para comemorar os 75 anos de atividade do grupo empresarial.
A esta altura, o projeto já tinha evoluído para quatro "produtos", terminologia mais condizente com a assepsia negocial: exposição internacional, livro em três volumes, seis vídeos de 2min30s para inserção no "Fantástico" (Rede Globo) e simpósio de especialistas, a ser realizado em novembro no auditório do Masp. (ML)

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