São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994 |
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Parar a maquininha Visando impedir gastos descontrolados e dotar o sistema de preços de uma referência mais sólida, o Plano Real limitou a quantidade de moeda que o governo pode emitir. Como havia anos subsistia uma inflação crônica, surgiram dúvidas quanto à possibilidade de prever o volume de dinheiro que as pessoas passariam a levar consigo quando os preços ficassem mais estáveis. Afinal, havia muito tempo a demanda de moeda estava comprimida. Enquanto os preços subiam depressa e as aplicações bancárias rendiam 1% a 2% ao dia, era natural evitar ao máximo que o dinheiro ficasse "queimando no bolso". Apesar dessas dificuldades, as metas fixadas com a criação da nova moeda mostram-se hoje acertadas. Após o salto inicial de cerca de US$ 3,5 bilhões para R$ 6 bilhões no início de julho, os saldos médios foram se estabilizando e ficaram em R$ 7,3 bilhões na última semana do mês passado, próximos, portanto, do limite de R$ 7,5 bilhões estipulado até o final de setembro. Com uma inflação muito baixa –há estimativas de 1,5% a 2% para este mês– e a população relativamente adaptada à nova realidade, não há razão para um crescimento substancial da demanda de moeda. Ainda que no início do mês o dinheiro em circulação possa ter aumentado com o recebimento dos salários, na média do mês esse efeito tende a se diluir, permitindo a estabilidade dos saldos médios. Dada a existência de condições para a manutenção das metas, cabe ao governo ater-se firmemente ao que ele mesmo estabeleceu. Pois além de servir como obstáculo contra a tentação de gastar mais do que arrecada, o controle da base monetária é um importante elemento sobre a formação das expectativas e, portanto, dos preços. Apesar do grande apoio de que goza a estabilidade até agora, não se podem menosprezar as pressões que pesam contra ela. Zelar pelas metas do plano é um bom seguro contra a volta da inflação. Texto Anterior: Sem medo de ser feliz Próximo Texto: Ordem e contra-ordem Índice |
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