São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994 |
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O mistério Chulapa é a essência do Santos
ALBERTO HELENA JR.
Quer dizer: não é apenas Neto. Serginho Chulapa, esse mistério como treinador, está, na verdade, na essência do Santos que bateu, com todos os méritos, um dos maiores times do Brasil, o Vasco. Genial em certos momentos, grotesco noutros, Serginho parecia destinado a uma aposentadoria boêmia, inconsequente, apenas uma lembrança folclórica nesse mundo onírico do futebol. Pois o destino quis que ele, corintiano de nascença, tricolor de vivência, se identificasse de tal maneira com o Santos que se transformaria no técnico de melhores resultados, desde os tempos de Antoninho Fernandes, uma legenda na Vila. E sem aqueles maravilhosos artistas da época de Lula e Antoninho. A vitória de sábado, por 2 a 0, sobre o Vasco, não é um resultado comum. É um sinal de que o Santos de Neto e Chulapa veio para marcar presença no Brasileiro. Por falar em São Paulo, se a intenção de Telê e da diretoria é apostar nesse time reserva para substituir o titular nos excessos do calendário, podem ir desistindo. Ou, então, fazer como o Palmeiras: investir em jogadores jovens, deste e de outros centros, que possam dar um mínimo de criatividade ao time. Aliás, o próprio time titular do São Paulo é o pior da década. Mas neste já houve algum investimento, como Alemão, Sierra (um craque) e Aílton. A goleada sofrida diante do Botafogo, em Caio Martins, sábado, não foi por acaso. Foi também um sinal. Jair chegou e vestiu o Corinthians com o uniforme da seleção do tetra. Na metade do primeiro tempo, depois de levar um safanão do Grêmio, o Corinthians olhou no espelho e a imagem que se refletiu era assustadora: todo amarfanhado, cabelos desgrenhados, um olho roxo e outro vidrado. Imediatamente, o técnico tentou recompor seu time. E, com uma única alteração, o visual se transfigurou: Marques entrou no lugar de Marcelinho Paulista, e, na primeira trama do ataque, pimba!, gol de Viola, claro. Recomeça o jogo, no segundo tempo, nova combinação de Viola com Boiadeiro e outro gol, este de placa –um venenoso disparo de direita, depois de um corte sutil sobre o adversário. Mas faltava um último retoque, feito tarde demais: com Marcelinho, Viola e Marques, três atacantes insinuantes e velozes, mais Boiadeiro armando, o meio-campo se esgarçava, sobretudo pela ausência de Souza no combate ao inimigo. Resultado: o Grêmio empatou. Enquanto isso, trajando um impecável Armani, o Palestra livrou-se fácil do Inter. É só uma questão de estilo. Texto Anterior: Marques é de novo o destaque Próximo Texto: Edmundo erra pênaltis e Palmeiras vence Índice |
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