São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Ingrid, filha de PC Farias, perde a mãe e não vê o pai

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Ingrid Farias, 14, também passou pela experiência dura de perder a mãe. Ela é a filha de PC Farias. Ingrid, agora não tem a mãe e quase não vê o pai. PC foi preso em novembro do ano passado e continua detido em Brasília, respondendo a um processo por corrupção.
Ela respondeu algumas perguntas da Folha, via fax.

Folha - O que você sentiu quando sua mãe morreu?
Ingrid - Sofri uma forte emoção. Imagine o que é você estar dormindo com sua mãe, na mesma cama, e pela manhã, você vê que ela está morta.
Folha - Ela á havia conversado com você sobre a morte?
Ingrid - Sim. É claro. A morte é algo normal. Só que quando ela se torna realidade com alguém muito querido é diferente. Minha mãe era espírita muito profunda e em muitas ocasiões ela dizia que viveria pouco tempo.
Folha - Ela havia mudado? Estava triste com tudo o que aconteceu à sua família?
Ingrid - Ela sentia muita angústia com os problemas de meu pai. Até por que ela sempre foi contra que meu pai entrasse em política. Contudo, mesmo com todos esses problemas, ela nunca mudou em relação a mim e ao meu irmão.
Folha - Você fica mais triste por seu pai não estar em casa?
Ingrid- Realmente, é muito duro perder a mãe e não ter o pai perto porque está recolhido no quartel. Isso tudo me entristece muito.
Folha - Você gostaria de ficar no Brasil ou voltar para a Suíça?
Ingrid - Ainda não decidi com o meu pai o que será melhor. Voltar à Suíça ou ficar aqui com ele. Vou esperar os acontecimentos e ver o melhor caminho.
Folha- Gostaria de mandar uma mensagem? Pode escrever o que você quiser.
Ingrid - Somente uma força diferente, superior pode nos amparar nessas horas. E eu sei que minha mãe, lá em cima, está nos protejendo: a mim, Paulinho e meu pai.

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