São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Tarsila do Amaral era parente do ator

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 23/08/94

Por um erro de edição, foi introduzida no texto desta reportagem uma palavra - "coconhado" - que não existe e que não constava do original. Tarsila doAmaral era parente do ator
Vilar está voltando ao cinema num filme inspirado no quadro de Giorgio De Chirico "O Enigma de um Dia", que foi trazido ao Brasil por Tarsila do Amaral. O quadro está hoje no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.
Por uma grande coincidência, Vilar foi coconhado de Tarsila. O modo como Vilar tornou-se cunhado do irmão da pintora Tarsila do Amaral parece uma inacreditável mistura de "Cinderela" e "My Fair Lady".
Aos 28 anos, José Amaral, irmão de Tarsila, era um "bon vivant" que fazia grandes orgias na casa de sua fazenda, em Piracicaba. Um dia, encantou-se com Maria, a filha de 16 anos do colono da fazenda, irmã mais velha de Leonardo, e lhe propôs casamento.
Apesar da oposição do pai da menina, que temia uma cafajestada do 'patrãozinho', os dois começaram a namorar. Depois de três meses, se casaram e vieram para São Paulo. Ela era analfabeta. Em um ano ele a ensinou a ler e transformou-a numa dama da sociedade.
Eles tiveram dois filhos e viveram juntos meio século. Segundo Leonardo Vilar, quando Maria morreu, há uns 15 anos, José disse: "Não me suicido porque não quero dar desgosto aos meus filhos, mas vou morrer". Morreu três meses depois.
A família de Leonardo Vilar mudou-se depois para São Paulo. Ele passou a trabalhar no Brás, aos 12 anos, como alfaiate, profissão que tinha aprendido na fazenda.
No filme, que está sendo rodado em São Paulo desde sábado, Leonardo Vilar interpreta o vigia do museu onde está o quadro de De Chirico. O papel do pintor italiano, curiosamente, será interpretado pelo crítico Leo Gilson Ribeiro.
O diretor do filme é Joel Pizzini, realizador do curta "Caramujo Flor", e a produção é da PaleoTV.
"Eu estava doido para voltar ao cinema", disse Vilar. "Quando Joel disse que íamos passar uma semana na Chapada, aí que eu topei sem pestanejar."
(JGC)

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