São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
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Ex-ministro se emociona e chora ao final de discurso

GUSTAVO PATÚ; SUSI AISSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Somente na parte final de seu discurso o ministro demissionário Rubens Ricupero não conseguiu controlar a emoção, que tentava evitar desde o começo do dia de ontem.
Sua voz ficou embargada quando fez referência à família. Precisou parar por alguns segundos para conter as lágrimas.
"Eles são a razão de tudo o que faço, de tudo aquilo em que acredito", disse, com grandes espaços entre as palavras. Tentava, a custo, firmar a voz, sob flashes dos fotógrafos.
Ricupero, na verdade, foi o último do grupo que o acompanhava –familiares e assessores– a sucumbir à emoção, pelo menos publicamente.
Sua filha Cristina, 30, já chorava ao fundo do auditório do Ministério da Fazenda desde o início do discurso.
Estavam presentes ainda a mulher de Ricupero, Marisa, 57, e o filho Bernardo, 26. Ambos aparentavam ter chorado.
Antes do pronunciamento na Fazenda, Ricupero, a família e o assessor pessoal Sérgio Danesi foram à missa dominical no mosteiro de São Bento. Lá, também Danesi chorou.
Ricupero, apesar da fisionomia circunspecta, participou da missa e cumprimentou pessoas na saída, como sempre faz aos domingos.
Enquanto a fala de Ricupero caminhava para o tom de auto-acusação, o silêncio tomou conta do auditório, onde também estavam assessores técnicos e curiosos.
Terminado o discurso, após ter citado a Bíblia, Ricupero havia recobrado a calma. Agradeceu, levantou-se e tomou um copo d'água enquanto era conduzido por Sérgio Danesi.

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