São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Pombos 'atacam' relógios

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

A 75 metros do chão, acessível basicamente aos pombos que ali descansam, se reproduzem e defecam, o relógio da Estação Júlio Prestes, no centro de São Paulo, aguarda a hora de ser restaurado.
O caminho não é muito complicado. De elevador, chega-se até o quinto andar do prédio, que abriga os escritórios da Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A). Uma escada de 28 degraus, trancada, leva a partir dali até a base do relógio.
Para chegar ao topo da torre, é preciso subir outros 60 degraus em espiral –uma tarefa impossível para quem tem medo de altura.
Lá em cima, abrindo-se uma porta, se alcança uma sacada, de onde se tem uma boa visão da região central e das zonas norte e oeste de São Paulo.
Fora os pombos, quatro pessoas costumam frequentar essa sacada: os funcionários da Fepasa responsáveis pela manutenção elétrica de todo o prédio.
Eles sobem, de tempos em tempos, para trocar algumas das 50 lâmpadas que iluminam a torre, diariamente, a partir das 19h. "Trocar lâmpada é uma aventura", diz Luciano Micheleto, inspetor de serviços elétricos do prédio.
Eles também fazem reparos, quando necessário, no relógio. Na verdade, são quatro os relógios –um em cada face da torre.
Um mesmo impulso eletro-eletrônico comanda os quatro –mas nem sempre eles se movem no mesmo instante. Às vezes, um relógio não obedece ao impulso, acumulando-o, e anda dois minutos de uma só vez.
Iniciado em 1926 e concluído em outubro de 1938, no modelo das grandes estações norte-americanas, o prédio da estação Júlio Prestes passa, desde 1992, por uma obra de recuperação.
Os eventos que se realizam no local, como um recente desfile de moda, têm renda revertida para a restauração do prédio.

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