São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Claustro sofre com poluição sonora eleitoral

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

A poluição sonora provocada por candidatos à supereleição de outubro acabou atingindo um dos mais agradáveis e restritos centros de meditação da cidade: o claustro do Mosteiro de São Bento.
Há dez dias, por exemplo, a musiquinha do candidato do PMDB ao governo de São Paulo, martelada de dentro de um carro de som estacionado no largo de São Bento, era ouvida incessantemente dentro do, em tese, silencioso retiro dos beneditinos.
Alheio ao barulho, um dos mais antigos moradores do convento, dom Oscar Schwager, de 88 anos, descansava no piso superior do claustro.
Construído segundo a tradição cristã, o claustro é um jardim interno descoberto, cercado por quatro corredores conectados que formam um quadrado.
As mulheres só podem entrar no claustro em três ocasiões: durante os funerais de um monge, nas procissões de Domingo de Ramos e Corpus Christi.
O local serve preferencialmente aos 21 monges e 16 em processo de formação que vivem no mosteiro. Outros homens podem usar o claustro, desde que conheçam algum monge residente.
"Não é impossível vir aqui depois de uma missa. Depende de ter intimidade com a casa", diz dom Estevão de Souza.
Fundada em 1598, a igreja de São Bento começou a ser reconstruída no início deste século e foi consagrada em 1922.
Um jardineiro, funcionário do mosteiro, cuida diariamente do jardim do claustro. "Não é um Burle Marx, mas ajuda", diz Souza.

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