São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994 |
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Cientistas são cobaias de pesquisa no AM
ANDRÉ LOZANO
Os pesquisadores-iscas ou "iscas humanas", como se autodenominam, usam seus corpos para atrair principalmente exemplares do Anopheles darlingi (maior transmissor da doença na região amazônica) e depois coletá-los. Todos os pesquisadores e técnicos do Laboratório de Malária do Inpa já foram picados pelo transmissor da malária. Muitos desenvolveram a doença. O chefe do departamento, o pesquisador Wanderli Pedro Tadei, 33, contraiu malária cinco vezes. Ele chegou em 1979 a Manaus (AM) –onde fica a sede do Inpa– para substituir o pesquisador indiano Mohammed G. Rabbani, que morrera dois anos antes de malária. Rabbani também era pesquisador-isca. "Para coletá-los, a melhor isca é o homem porque os transmissores da malária –anofelinos, 15 até agora registrados– têm preferência pelo homem", disse Tadei. Segundo ele, todos os pesquisadores do Inpa têm consciência do risco que correm quando vão a campo. "Pegar bastante malária é bom porque a pessoa vai ficando imune. Pelo menos, não tem grandes acessos febris", declarou. Texto Anterior: Caros Amigos Próximo Texto: Real lota motéis e o consultório de sexólogos Índice |
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