São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Frank Williams teme ser preso na Itália

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A MONZA

Frank Williams, proprietário da equipe que leva seu nome, chegou a estudar a possibilidade de não aparecer no circuito de Monza neste fim-de-semana.
O temor do dirigente inglês era ser pego de surpresa pela Justiça italiana.
Williams, além do diretor da equipe, Patrick Head, são alguns dos indiciados por homicídio culposo (não intencional) na morte de Ayrton Senna no GP de San Marino, no último dia 1º de maio.
O inglês chegou a consultar seus advogados sobre a possibilidade de ser detido se estivesse em solo italiano. Inicialmente, foi aconselhado a comparecer ao evento.
O inglês provavelmente se recordou do caso que envolveu, em 1971, Colin Chappmann, então proprietário da Lotus. Naquele ano, ele não apareceu em Monza.
Um ano antes, um de seus pilotos, o austríaco Jochen Rindt, morreu durante os treinos para o GP italiano.
Chappmann foi condenado pela morte do piloto e estava com prisão decretada. Mais tarde, recebeu sursis da pena.
Apesar de todo estardalhaço feito pela imprensa européia em torno das investigações do acidente de Senna, muitos apostam que dificilmente alguém será responsabilizado pela morte do piloto.
A acusação de homicídio culposo já coloca que o crime foi cometido de forma involuntária.
As perícias realizadas estão em fase de definição para apurar se houve negligência, inabilidade ou imprudência dos acusados.
O problema é provar se isso ocorreu ou não.
Maurizio Passarini, o procurador que chefia as investigações sobre as causas do acidente, fez uma tímida aparição em Monza na quinta-feira.
Passarini entrou em contato com membros da equipe Williams, mas apenas para uma pequena conversa, e também com Charlie Whiting, responsável técnico da FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
Os dois acertaram encontros para esclarecer alguns pontos da perícia no carro de Senna. Whiting teria liberado o carro para a escuderia inglesa antes de ele ter sido examinado pela Justiça.
O magistrado italiano prometeu as primeiras conclusões do caso para o final deste mês de setembro, no mais tardar meados de outubro.

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