São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Chanceler conduziu reformas

JAIME SPITZCOVSKY

Eduard Amvroseievitch Chevardnadze, 66, entra para a História como o arquiteto da "diplomacia da perestroika".
Chanceler da URSS entre 1985 e 1990, ele foi o condutor de uma política que mudou fronteiras e eliminou a Guerra Fria.
Em 1985, o então secretário-geral do PC soviético, Mikhail Gorbatchov, lançou a perestroika, que buscava reformar o bolchevismo.
Chevardnadze era o principal dirigente dos comunistas georgianos. Tinha fama de caçador de corruptos. Logo ganhou o reconhecimento mundial como hábil negociador e dono da "linha pacifista".
O Kremlin, nos anos 80, queria cortar gastos militares na tentativa de salvar a estagnada economia soviética. Chevardnadze iniciou a retirada das tropas soviéticas do Leste Europeu. Promoveu o fim do Pacto de Varsóvia, aliança militar dirigida por Moscou, e impulsionou a reunificação alemã.
Em dezembro de 1990, renunciou. Protestava contra o namoro de Mikhail Gorbatchov com os ortodoxos comunistas.
Em agosto de 1991, o fracasso do golpe de Estado comunista estimulou a desintegração da URSS. Gorbatchov tentava salvar o império e, em novembro, Chevardnadze voltou a ser chanceler. Mas um mês depois a URSS acabava.
Em março de 1992, Chevardnadze voltava à Georgia. Primeiro, como presidente do Parlamento. Depois tornou-se também chefe do Estado. Para a oposição, governa com mão-de-ferro que contradiz a imagem do chanceler pacifista.

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